MINHA MÃE
Pálida perola orvalhada por uma lagrima perdida, Assim a vi.
Sem sonhos foi sua vida.
Mesmo assim, agarrou-se a ela sem querer partir.
Quando a dor lhe permitia, sorria, e não sei se sabia.
Que eu também sofria.
Seus cabelos de neve eu penteava, pois vaidosa,
De estar bonita ela gostava.
Não deixei que faltassem as coisas que apreciava
Porem não pude comprar o que nela se acabava.
E, triste e sentida, por mais que tentei, não pude
Dar lhe a vida.
Falei-lhe de flores, menti sobre amores,
Pois não queria que eu ficasse sozinha. Também lhe falei
De outra vida onde ela renasceria.
Ouviu-me e teve coragem de seguir a viagem.
Partiu como uma avezinha.
Deus a levou, está em paz.
Não sei se sabe ou não agora,
Hoje por certo a falta que me faz.
MELINDA