OÁSIS
Nesta noite transparente
Como um véu de Scheherazada,
Entre perfumes estranhos
De jasmim e de saudade,
O tempo segue fluindo
Ás vezes lento, ou não,
Eu conto contos pra mim
Pra espantar a solidão.
Na maciez de veludos,
Sob a sombra de palmeiras,
Em pratos de fina prata
Com frutos da tamareira,
Descanso meu pensamento
E conto contos pra mim
Numa forma de esquecer
Ou de me lembrar enfim.
Abro um cofre cravejado
De rubis e esmeraldas
Onde rutilam ilusões
Que ainda trago guardadas.
Mil e uma noites são
Entre gênios e Aladim,
Sem magoas e sem rancores
Eu conto contos pra mim.
Quando chega a madrugada
Ainda estou acordada
Sem saber o que fazer.
Por que nos contos que conto,
Em cada vírgula e ponto
Esqueço de te esquecer.
Melinda